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Fiéis se despede do grande ícone do candomblé brasileiro, Tata Raminho D'Oxossi.

  • Foto do escritor: fhundeso
    fhundeso
  • 11 de dez. de 2024
  • 2 min de leitura

Severino Martiniano da Silva, mais conhecido como Raminho de Oxóssi, morreu neste domingo (8), aos 88 anos.

Pai Raminho, como também era chamado, nasceu no Recife em 1936 e iniciou no candomblé aos dez anos de idade, no Pátio do Terço, no bairro de São José, no Recife, pelas Tias do Sítio de Pai Adão. Aos 20 anos, ele trouxe para Pernambuco o culto Jeje, que cultua os Voduns.

Ele comandou um dos maiores terreiros de Pernambuco, a Roça Oxum Opará e o Oxóssi Ibualama em Vila Popular, em Olinda. Também foi babalorixá da Nação Jeje Nagô e implantou em Pernambuco este formato de religiosidade que virou referência.

Avô do nosso Doté Elias, Pai Raminho D'Oxossi, em 2008, foi quem deu Hunbê de 7 anos ao Doté Elias (tendo 9 anos de iniciado), plantou acè e inaugurou o acè Hùndésô.


Cultura:

Raminho de Oxóssi era mestre das tradições culturais de matriz africana no estado e dava continuidade às tradições trazidas pelas Tias do Terço (Sinhá Yáyá Tia Bernardina), que organizaram a comunidade negra do Pátio do Terço, no bairro de São José.

Raminho celebrava a tradicional Noite dos Tambores Silenciosos no Pátio do Terço, sempre realizado nas segundas feiras de Carnaval, marcado pelo encontro de batuqueiros de vários grupos de Maracatu Nação.

Além disso, Raminho de Oxóssi fundou o Afoxé mais antigo em funcionamento, o Ará Odé, que estava presente no Carnaval do Estado. Este leva para as ruas a cultura africana e luta contra o racismo.

Por mais de 30 anos, protagonizou a Procissão de Oxalá, as Águas de Oxalá ou Lavagem do Bonfim de Olinda, que arrastava mais de 10 mil pessoas às ladeiras da cidade.

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