História LGBTQIAPN+ de Alagoas chega à bienal em livro pioneiro
- fhundeso
- 2 de nov.
- 3 min de leitura
O "acervo LGBTQIAPN+" lançado na Bienal do Livro de Alagoas, que ocorreu entre 31 de outubro e 9 de novembro de 2025, na verdade, refere-se ao lançamento do livro "Orgulho LGBTQIAPN+: acervos, memórias e escritas de si. Alagoas (1990-2022)". Organizado por Elias Veras, Marcelo Nascimento e Cíntia Ribeiro, a obra propõe uma leitura crítica e interseccional das experiências de gênero, raça e classe que marcaram a construção do movimento LGBTQIAPN+ em Alagoas.

Publicação da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, com apoio das Secretarias de Estado de Direitos Humanos (Sedh) e Planejamento , Gestão e Patrimônio (Seplag) o livro é resultado de um extenso trabalho de pesquisa desenvolvido entre 2021 e 2022 pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em História, Gênero e Sexualidade
(GEPGHS/UFAL).

Publicação da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, com apoio das Secretarias de Estado de Direitos Humanos (Sedh) e Planejamento , Gestão e Patrimônio (Seplag) o livro é resultado de um extenso trabalho de pesquisa desenvolvido entre 2021 e 2022 pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em História, Gênero e Sexualidade
(GEPGHS/UFAL).
As 714 páginas reúnem acervos, documentos e narrativas de quem construiu — e continua construindo — o movimento LGBTQIAPN+ em Alagoas. São memórias de luta e resistência que percorrem mais de três décadas, desde a criação do Grupo Gay de Alagoas (GGAL) em 1997 até as redes contemporâneas de ativismo.
“Não se trata de uma história única, mas de uma cartografia afetiva e plural que inscreve Alagoas no mapa das lutas por cidadania e dignidade”, afirmam os organizadores.
Pioneiro, o livro com projeto gráfico e diagramação de Cícero Rodrigues não apenas dá voz a histórias silenciadas e atravessadas pela violência da LGBTQIAPN+fobia — como o assassinato do vereador Renildo José dos Santos, em 1993 —, mas também celebra conquistas e afetos que sustentam o movimento. É, ao mesmo tempo, documento político, gesto de escuta e a reparação simbólica, devolvendo visibilidade a corpos e vozes historicamente interditados. “A narrativa de vozes silenciadas possibilita a construção da cartografia inicial do movimento LGBT+ num estado profundamente conservador”, enfatiza Cíntia Ribeiro.

Elias Veras, coordenador do GEPHGS, destaca que a publicação é uma “homenagem aqueles que lutam, resistem e conquistam espaços, direitos e visibilidade na luta contra a LGBTQIAPN+fobia em Alagoas”. Com esta publicação, o Alagoas reafirma seu compromisso com a preservação da memória LGBTQIAPN+ a construção de políticas públicas de visibilidade e reparação histórica. Para Marcelo Nascimento, secretário de Direitos Humanos do Estado, “Esse apanhado pioneiro, reúne informações que impactaram positivamente a construção do ativismo local”. Mais que um livro, 'Orgulho LGBTQIAPN+' é um ato político de resistência e pertencimento.

Nesse acervo LGBTQIAPN+ está registrada a trajetória de militância do sacerdote Doté Elias, fundador do primeiro grupo gay negro de axé de Alagoas, os Filhos do Axé (2003).
Um marco de resistência, visibilidade e afirmação da identidade negra, religiosa e LGBTQIAPN+ no estado.
História viva que inspira e fortalece as lutas por dignidade, respeito e representatividade! 🖤🏳️🌈⚡





