Racismo Religioso: políticos de Joaquim Gomes atacam novamente o sacerdote de matriz africana

As redes sociais têm sido usadas para ataques a fiéis ou simpatizantes de religiões de matriz africana. As postagens, a maioria oriundas de perfis de extrema-direita, trazem mensagens que relacionam a Umbanda, o Candomblé e seus seguidores a práticas demoníacas. Os posts têm um foco: manter ou conquistar uma parcela do voto evangélico — há denominações que incentivam a perseguição. As postagens com ataques navegam pelo Facebook, Instagram e Twitter e abastecem grupos de WhatsApp.

No dia primeiro de agosto deste ano - Dia Nacional do Maracatu - o ex-secretário de cultura Edinaldo Lima, que está pré-candidato a vereador pelo partido PSDB por Joaquim Gomes-Al, usar a imagem do Sacerdote e Mestre da Cultura Popular Doté Elias, em um grupo de evangélico no whatsapp na intenção de difamar a candidata a prefeitura Rita do Araçá pelo partido MDB. A partir daí começam os ataques contra o sacerdote! Imagens das atividades sociais, vídeos, divulgação de informações infundadas e ameaças.

No vídeo de outra postagem foi acompanhado de uma legenda racista e intolerante: "AVE MARIA, ESTÃO APELANDO PRA TODOS OS SANTOS!! TÁ REPREENDIDO EM NOME DE JESUS".

Esse grupo de evangélicos, achou pouco o transtorno emocional, físico e mental sofrido pelo sacerdote Doté Elias, e voltam atacar!

No dia 17 de setembro, por volta das 10h da manhã o sacerdote Doté Elias recebeu em seu whatsapp um vídeo contendo informações de comparação de fé "ENQUANTO UNS PROCURAM FORÇA NO CANDOMBLÉ - OUTROS PROCURAM A VERDADEIRA BENÇA, QUE É A DE DEUS", desta vez usaram a imagens do seu candidato, Elias Shalom candidato a prefeitura de Joaquim Gomes, e do seu pastor Rev. José Orisvaldo Nunes Lima presidente estadual da igreja evangélica Assembleia de Deus em Alagoas. Insinuando que a candidata a prefeitura de Joaquim Gomes Rita do Araçá, estaria procurando nossa roça para algo do tipo mencionado no vídeo. Conforme o primeiro poste, que esclarece a participação da candidata que era vereadora em nossa organização.

Nesse segundo ataque, o vídeo sai de um grupo não de pastores e sim de fiéis. Acreditamos que esse grupo fascista seja os mesmos do primeiro ataque.

O Sacerdote Doté Elias informou o fato ocorrido ao advogado Ronaldo Cardoso membro do INEG/AL, que orientou a registrar um Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia de Joaquim Gomes.

Na manhã de hoje (19) quinta-feira, o nosso Sacerdote Doté Elias esteve no 110° Distrito Policial da cidade de Joaquim Gomes-Al, o segundo Boletim de Ocorrência (BO), registrado sobre os atacantes que vem sofrendo.

O sacerdote Doté Elias junto com representante da Bancada Negra e o Instituto do Negro em Alagoas (INEG/AL) estiveram no TRE/AL nesta sexta-feira (20) para denunciar o racismo religioso e violência política de gênero e raça contra a candidata a vereadora Alycia. O juiz Diego Dantas e o desembargador José Cícero Alves receberam as denúncias e se comprometeram a tomar as devidas providências.

Jeferson Santos, presidente do INEG/AL, ressaltou a necessidade de combater a violência política e promover o respeito à diversidade.

O TRE/AL, criou um comitê de Promoção à Equidade Racial para fomentar a participação de pessoas negras e quilombolas nas eleições, buscando um processo eleitoral mais justo e igualitário.

A prefeitura de Joaquim Gomes é administrada por uma bancada evangélica, o atual gestor Adriano Barros que vai fazer oito anos no poder junto com o seu vice Elias Shalom, que estar candidato a prefeitura. Nesse período nossa organização sempre buscou diálogar com essa gestão para possível parceria, referente as atividades sociais desenvolvidas pela Família Húndésô para a população da zona rural de Joaquim Gomes, o retorno sempre foi o silêncio.

O sacerdote presidente Doté Elias, é uma liderança religiosa e comunitária que desenvolve atividades sócias importantíssimas para as famílias da zona rural do município de Joaquim Gomes e a cidade de Maceió. E por declarar apoio a candidata a prefeitura Rita do Araçá, vem sendo alvo de ataques constante por parte desse grupo evangélicos fascista.